O marketing jurídico representa um desafio singular para advogados e escritórios de advocacia no Brasil, uma vez que está sujeito às diretrizes do Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A publicidade na advocacia deve observar preceitos como discrição, moderação e sobriedade, sempre respeitando a nobreza da profissão e evitando práticas mercantilistas. Neste artigo, abordaremos as melhores práticas para advogados que desejam utilizar o marketing de maneira ética e eficaz, em conformidade com as normas vigentes.
Compreendendo os Limites do Marketing Jurídico
A Resolução nº 205/2021 do Conselho Federal da OAB trouxe atualizações importantes sobre a publicidade na advocacia, permitindo a utilização de novas estratégias, desde que em conformidade com os princípios estabelecidos. Segundo o artigo 3º da referida Resolução, é permitida a divulgação de informações técnicas e educativas sobre temas jurídicos, bem como a apresentação de cases de sucesso, desde que respeitado o sigilo profissional e sem promessa de resultados.
Preservação da Sobriedade e Discrição
O advogado deve se abster de utilizar linguagens apelativas, slogans publicitários ou expressões que possam configurar captação indevida de clientela. As cores, tipografias e elementos visuais utilizados devem refletir a seriedade da profissão, evitando qualquer associação com práticas comerciais excessivas.
Uso de Redes Sociais e Conteúdo Educativo
Com o advento das redes sociais, muitos escritórios passaram a investir na divulgação de informações jurídicas em plataformas como LinkedIn, Instagram e YouTube. Contudo, é super importante que esse conteúdo tenha caráter meramente informativo, sem induzir o público a entender que determinada estratégia processual será sempre eficaz. Publicações sobre jurisprudências, comentários sobre alterações legislativas e dicas de prevenção de litígios são exemplos de abordagens permitidas.
A Importância do Marketing de Conteúdo
Uma das melhores formas de demonstrar autoridade no mercado é por meio do marketing de conteúdo, que consiste na produção de artigos, e-books e webinars para educar o público sobre questões jurídicas relevantes. Advogados podem escrever artigos para blogs, participar de podcasts especializados e ministrar palestras online, sempre respeitando os princípios éticos da profissão.
Publicidade em Meios Digitais e Google Ads
A publicidade paga, como o Google Ads, é permitida com ressalvas. O uso de anúncios deve ser meramente informativo e não pode conter expressões persuasivas que levem à captação de clientela. O ideal é que os anúncios direcionem para páginas institucionais que expliquem os serviços prestados pelo advogado, sem promessas de solução rápida ou garantida de conflitos jurídicos.
Posicionamento e Reputação Digital
Posicionamento e Reputação Digital.Ter um site institucional bem estruturado, atualizado e com design profissional é essencial para transmitir credibilidade. Além disso, a gestão da reputação online é um ponto crucial, pois avaliações negativas podem impactar a percepção do público. Estratégias como a participação em eventos e a interação respeitosa com o público podem contribuir para uma imagem sólida e confiável.
Conclusão
O marketing jurídico deve ser conduzido com responsabilidade, sempre respeitando os limites impostos pelo Código de Ética da OAB. Utilizar estratégias digitais de forma educativa e informativa, sem mercantilização da advocacia, é o caminho ideal para construir uma presença sólida e respeitável no mercado. Dessa forma, os advogados e escritórios que adotam tais práticas conseguem se destacar sem ferir os princípios éticos da profissão.
Por Sandro Vasconcellos (SEO)
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